O céu é o jardim suspenso onde eu cultivo
áureo canteiro de estrelas.
Vivo
pela ânsia infinita de colhê-las!
Eu sou um jardineiro fantasista.
E vejo, nas minhas rosas cérulas,
fulgurações estranhas de ametista,
deslumbramentos mágicos de pérolas!
Mas, para os meus olhos deslumbrados,
na paisagem celeste imensa e nua,
a flor mais linda é a lua
– o eterno girassol,
volutuoso, romântico, dolente,
que passa a noite namorando o sol…
Gosto das cousas límpidas e raras,
que enchem de encantamento os meus sentidos
Raça! não me entorpecem tuas taras:
sou um grego dos tempos esquecidos…
Cercado embora de ferrenhas caras,
de almas e corações empedernidos,
adoro os céus azuis e as águas claras,
cujos sons adormecem meus ouvidos.
Cultivo ideias e apascento estrelas.
Jardineiro e pastor – em sonhos e ânsias,
procuro, no meu cérebro, acendê-las.
Podeis rugir, ó bárbaros! Dispersos,
no meu jardim de excelsas rutilâncias,
eternamente cantarão meus versos!
Lindo, lépido e louro,
ele soltou a janela do meu quarto
e veio manso, de manso, de mansinho,
sobre o tapete, dançando, bailando!
Com prodigalidades de rei mago,
espalhou riqueza em minha sala pobre
e ofertou-me um rútilo tesouro
na salva de ouro
de suas mãos esguias e luminosas.
E eu me deixo ficar na saleta tranqüila
com ares de grão-vizir ou grão-mongol,
vendo, diante de mim,
dançar a dança de Salomé da luz
– meu raio lindo, lépido e louro de sol!
No momento veloz,
na hora febricitante,
no minuto dinâmico
que está batendo,
tinindo,
cantando,
na vida dos homens e das coisas,
– não há lugar para os contemplativos,
para os poetas românticos,
esbanjadores de tempo e de beleza.
A vida se resume
num gesto, num grito, num lampejo.
E o amor
deixa de lado juras e baladas,
para viver, para cantar, dentro do século,
na delirante síntese de um beijo!
No coração das mães erguem-se antenas,
voltadas para o coração dos filhos:
se eles vão, a chorar, por ínvios trilhos,
elas se enchem de lágrimas e penas.
Amor de mãe! tu, que jamais condenas,
fonte de bênçãos e divinos brilhos,
não temes os mais duros empecilhos
e vences todas as razões terrenas!
És a sublimação do amor humano!
Maravilhoso, transcendente arcano,
onde a essência da vida se encarcera…
Amor de mãe! a tua força é tanta
que não somente em peito humano canta,
vibra até mesmo em coração de fera!
A distância é o cadinho em que se apura
o grande afeto que a nossa alma invade.
A perfeição é flor da desventura
e a certeza, no amor, vem da saudade.
Bendigamos a dor que nos tortura.
É preciso que o olhar em prantos nade
para se conseguir toda a doçura
que há num sorriso da Felicidade…
Sempre a separação traz desencanto,
mas a saudade é o fluido que aproxima
os tristes corações que sofrem tanto!
Através da distância, eu te ouço e vejo…
Ouando te falo pela voz da rima,
tu me respondes pela voz de um beijo!
Ah! teu Amor é uma árvore florida:
– Árvore de Natal, cheia de prendas,
cuja fronde vivaz ao sol desvendas,
como um perfeito símbolo da Vida.
Colho, no entanto, de alma dolorida,
a mais pura, talvez, das oferendas,
para que assim o espírito me entendas:
– Aquela pobre lágrima, querida. . .
Ainda te lembras? Pois eu nunca o esqueço.
Foi ela a jóia de mais alto preço,
porque as outras, decerto, passarão…
Veio do coração! Jóia divina!
E hoje vive em meu ser, tão pequenina,
acendendo clarões de perfeição!
Tecendo meu romântico destino
eu sinto a alma de músicas repleta.
Existe qualquer coisa de divino
num coração sentimental de poeta!
Acordes transcendentes de violino,
interpretando uma existência inquieta…
Tempestade de sons – e todo um hino
onde o amor, como um raio, se projeta!
Músicas siderais desconhecidas,
feitas do louco anseio de dois entes
e da alta vibração de duas vidas…
Assim meu coração canta e radia,
como um jardim de ritmos frementes,
despetalando rosas de harmonia…
Ontem, quando passamos pela rua,
a cidade, aos meus olhos, refulgia.
Mas este encanto vinha-me da tua
espiritual e alegre companhia.
A flor de um riso em cada olhar se abria,
dentro da tarde luminosa e nua.
E a cidade sonora tumultua,
numa festa dourada de alegria.
Dizes-me adeus, depois. Eu volto e sigo,
só, pelo mesmo fúlgido caminho
por onde viera a conversar contigo.
Mas – sem ti – tudo é morto… E então me invade
o pavor de perder-te e andar, sozinho,
pelas ruas desertas da cidade.
Eu sou o poeta do Ritmo e da Alegria!
Quero que a vida seja um cântico triunfal
ou uma eterna e esplêndida subida
– e o Sonho o cristal onde se espelhe
a face policrômica da vida…
Trago, encarcerado nos olhos,
o sol da minha terra.
Ouço a harmonia ignota das coisas,
todo o meu ser em músicas se encerra…
Vou assim pela vida, como um bandeirante,
envolto num mistério atro e divino,
levando, na pupila fulgurante,
a legenda de luz do meu destino.
No píncaro da serra, entre as hortênsias,
a formosa Petrópolis pompeia,
quer de dia, às solares refulgências,
quer de noite, ao clarão da lua cheia.
Muitas vezes a bruma que vagueia
nos ares vem vesti-la de inocências,
dando-lhe o garbo das adolescências
cujo corpo alva túnica sombreia. . .
Ó cidade romântica e fidalga!
quem tua sera verde, em ânsias, galga,
para arrancar-te esse alvacento véu,
compreende, ao descerrar de graças tantas,
que, se a terra termina em tuas plantas,
em tua fronte principia o céu…
Desfazendo-se em chamas e harmonias,
como um vulcão espadanando lavas,
quanto mais deslumbravas – refulgias,
quanto mais refulgias – deslumbravas!
Entre as turbas extáticas surgias,
tangendo rimas musicais e flavas. . .
E como brilha o sol todos os dias,
todos os dias, como o sol, brilhavas!
Foi tua vida áureo “Verão” flamante,
com pássaros cantando a toda hora
e mil rosais florindo a cada instante.
Desvendas, Poeta, os símbolos de Elêusis…
Na via-láctea dormirás, agora,
como um filho legítimo dos deuses!
Bem haja a hora em que fiz
o meu primeiro verso
Alberto de Oliveira.
Bem haja o instante em que eu, aturdido e risonho,
ao embalo da rima, acalentei meu Sonho…
Em que, maravilhado – um deus em forma de homem! –
a buscar o que é eterno e os tempos não consomem.
alcancei pelo amor, obediente a seu rito,
o infinito esplendor do mistério infinito…
Bem haja a hora inicial da minha vida de arte,
quando, louco, saí a ouvir, por toda a parte,
a corrente de sons que de meu ser fluía.
Hora em que, sobre mim, a Divina Poesia
esparziu sua bênção leve como um véu…
E eu senti, pela terra, o perfume do céu…
Aleijadinho extraordinário e pobre,
és da bondade um símbolo perfeito.
Ah! se possuísse muita gente nobre
o tesouro de amor que tens no peito!
Não importa, a miséria que te encobre,
nem mesmo o teu ridículo defeito:
diante de ti – agora se descobre
o coração dos lázaros, num preito!
Que renúncias te impôs a tua esmola!
Tiraste-a da paupérrima sacola,
onde guardas o pouco que te dão…
Põe a mão sobre o peito, desgraçado.
Não sentes nada? não!? Tudo parado?
Creio que deste o próprio coração!
Meu louvor
aos olhos que cantaram nos meus olhos
a sinfonia matinal da cor!
Meu louvor
às mãos que me fizeram da Beleza
um descuidado e ingênuo semeador!
Meu louvor
a quem esvaziou meu coração de ânsias
e a quem encheu meu coração de amor!
Meu louvor
à que abriu os meus olhos para o Sonho
e fechou a minha alma para a dor!
Meu louvor
a ti – por tua graça extraterrena,
pelo teu beijo transfigurador!
Lírio intangível, lírica açucena,
fiandeira de carícias! Meu amor!
Nós passeamos, de mãos dadas,
ao suave clarão da lua.
Vejo, no chão, abraçadas,
a minha sombra e a tua.
Ante esse quadro, imagino
ver também, na noite nua,
presas a um mesmo destino,
a minha vida e a tua…
A Maria Caetana
Quando tu danças, leve, aérea, sutil,
lembras um pensamento que valsasse
encarnado numa pétala de flor…
Sugeres, com os teus meneios harmoniosos,
Lima música em forma de mulher
ou uma mulher divinizada em ritmos.
Há nos teus gestos dúcteis e voláteis
a graça esvoaçante e alada de Ariel
e a imponderabilidade das idéias.
E a magia, o fascínio, o sortilégio
das legendas heráldicas do Sonho
e dos eternos símbolos da Vida.
Quando tu danças, ó Salomé espiritualíssima,
eu tenho a nítida impressão
de ver a tua alma lírica e sutil,
ardendo nas tuas formas,
florindo nos teus dedos,
cantando em tuas mãos!
O pequenino sol da lâmpada pendente
doura a noite longa do meu quarto.
Minha sombra se reflete,
em proporções enormes,
em traços anatômicos disformes,
na tela branca da parede.
E toma feições esquisitas,
enquanto minha cabeça vai e vem,
ao balanço da rede.
Escancaro a janela – e áureo rasgão de luz
se abre no lençol da noite negra.
E logo a minha sombra se estende na calçada
dentro da moldura de sombra
da janela iluminada…
Perscruto o silêncio – e tenho medo!
Vagam visões cabalísticas na noite compacta
que me seduz
e que me assombra,
com os passes de mágica da luz
e as mandingas fantásticas da sombra…
(Para uma professoranda do Colégio Lourenço Filho
recitar na solenidade do término de seu curso)
Hora de ouro, de luz e de harmonia,
que traz nossa alma inteiramente acesa,
num anseio de glória e de beleza,
que empolga, que ilumina, que extasia.
Hora azul, hora diáfana, fulgindo,
plena de áureas visões maravilhosas,
tu nos dás a impressão de ver, caindo,
uma chuva de pérolas e rosas…
Guardas em ti, hora sublime e pura,
a magia dos contos orientais,
em que a beleza esplende e refulgura
na cambiância de fúlgidos cristais!
Não há fada mais bela do que a Ciência,
nem um mago maior que o Professor:
Onde ela passa – que resplandescência!
Onde ele planta – tudo se abre em flor!
Foi assim nessa esplêndida colmeia
de onde saímos para a vida rude,
levando a mente de ciência cheia
e o coração repleto de virtude.
Hora de ouro, de luz e de harmonia,
que traz nossa alma inteiramente acesa,
num anseio de glória e de beleza,
que empolga, que ilumina, que extasia!
Que reluzir, que palpitar de sonhos
em nosso coração primaveril,
onde, nesta hora, espalham-se risonhos
os destinos eternos do Brasil!
Passada a quadra invernosa,
de sofrimento e expiação,
a cigarra desditosa
vai gozar outro verão.
O ouro do sol espadana
pelos vales e campinas.
Toda a terra se engalana
de fulgurâncias divinas.
Oue alegria, que algazarra,
aos resplendores do dia!
É que, de novo, a cigarra
fretine, canta, zizia. . .
A burguesa da formiga
vê então que a sorte é vária
Tem inveja da cantiga
da cigarra proletária.
Ouem lhe dera aquele canto,
que todo mundo aprecia,
para encher o seu recanto
de música e de alegria!
E, à porta do formigueiro,
onde a fartura se abriga,
ela, passa o dia inteiro
bebendo aquela cantiga. . .
Fala à cigarra – a formiga,
que de vergonha se cobre:
– De nós duas, minha amiga,
eu sou, decerto, a mais pobre.
De que me serve o celeiro
em tempos fartos e bons?
Você, se não tem dinheiro,
é milionária de sons!
E eu negar – oh! que tristeza!
um simples naco de pão
a quem possui a beleza
sonora deste verão.
Que inveja ao vê-la, taful,
cantando, pelo arrebol,
na glória do céu azul,
dentro de um raio de sol!
A cigarra não responde
à vil formiga vulgar.
Porém, no verde da fronde,
põe-se, mais alto, a cantar!
Bandeira do Brasil
eu beijo em ti, nas tuas dobras puríssimas,
o cérebro que te concebeu primeiro
e as primeiras mãos
que teceram e construíram o teu manto
com os fios de ouro do sol,
a seda azul dos céus
e o pano agitado e verde
dos mares do Ceará e das selvas do Amazonas!
E as mãos generosas e felizes
que te entregaram, pela vez primeira,
ao beijo sensual e quente das soalheiras tropicais.
Bandeira do Brasil!
bendito aquele que, antes de qualquer outro,
na incandescência terrível das batalhas,
ao troar do canhão, empunhando o fuzil,
fez de ti uma flama de heroísmo,
salvando a tua honra pela honra do Brasil!
Bendito o Poeta que cantou primeiro,
na linguagem de um deus ainda criança,
a cor que em ti é um símbolo de porvir,
nas “promessas divinas da esperança”…
Bendito o primeiro campônio que te viu e te amou
estendida nos campos esmeraldinos,
onde os ipês louros e fúlgidos rutilam
e a face anilada do infinito se reflete
nos córregos que cantam cantigas claras de cristal!
Bendita seja a primeira criança
que abriu os lábios puros
para entoar os versos de teu hino,
como a canção mais bela que aprendeu no berço..
Mas acima de todos e de tudo,
bendita seja a primeira mãe
que abençoou o filho que te levava na mão,
ficando com a tua imagem, bandeira gloriosa,
confundida com a do próprio filho,
dentro do coração!
Brasil! os teus poetas te amam
porque és forte,
porque és belo,
tanto na vida como na morte!
Os guerreiros de minha Pátria
ou morrem, de pé, no fogo das trincheiras
(e vão assim, de pé, vestidos de chamas,
para a transfiguração da história),
ou voltam sorrindo,
ou regressam cantando,
com a bandeira da Pátria enfeitada de glória!
Brasil! os teus poetas te amam
porque todas as luzes e cores e ritmos e aromas
que bailam.. numa sarabanda alucinada,
dentro do coração dos teus poetas
– vem de ti:
do teu cheiro puro de terra adolescente,
da pompa nupcial das tuas cachoeiras,
do mistério azul do teu céu florido de estrelas,
do candor vegetal das tuas florestas virgens,
da eternidade dos teus rios que não param nunca,
da ânsia de tuas serras que não se cansam de subir,
e da tua Raça
que tem o destino inquieto de teus rios
e o ímpeto ascensional de tuas montanhas!
Brasil! os teus poetas te amam
porque, sem ti,
sem o teu perfume,
sem o teu ritmo,
sem o, teu sangue
– eles não teriam músicas na alma
e não seriam Poetas!
Toda a poesia do universo
vive em ti, refulge em ti, em ti se encerra.
Brasil! és uma harpa vibrando
no coração do terra…
No espaço bem pequenino
de uma trova improvisada
pode caber um destino.
Às vezes, não cabe nada…
Precisa pouco. Palavra.
Tudo é feito num segundo:
Um mundo dentro da quadra
e a quadra dentro do mundo.
Toda trova é como um pássaro
que vai cortando a amplidão:
Nas asas – leva distâncias,
cantigas – no coração.
A sonhar – eis a verdade –
vivo feliz e risonho.
Bem sei que a felicidade
não passa mesmo de sonho…
O afeto que nos invade
não teme separações:
pelo rádio da saudade
falam nossos corações…
– É um pássaro de aço! Quanta
fatuidade, homem mesquinho!
O teu pássaro não canta
nem sabe fazer um ninho…
Quando o velho, a vista turva,
da vida a montanha desce,
com o corpo a sombra se encurva,
que a própria sombra envelhece!
Minha alma tristonha e doente
ante o mar se comoveu:
Ele chora eternamente!
É mais infeliz do que eu…
Vendo o bailado das ondas
na noite clara, sem brumas,
evoco as formas redondas
de teu corpo entre as espumas.
Semelhante ao da rendeira,
querida, é o nosso labor.
Passamos a vida inteira
fazendo a renda do amor.
Não penses que é voz do vento
Que te vem da solidão.
Escuta! é meu pensamento
batendo em teu coração…
No presente e no futuro,
o amor de mãe te acompanhe,
pois este amor é tão puro
que o próprio Deus quis ter mãe.
É um milagre verdadeiro,
que reproduz o dos pães,
dar-se a cada filho, inteiro,
o amor de todas as mães.
Segue a vida em disparada,
vai de promessa em promessa.
Fica a saudade, coitada!
a saudade não tem pressa…
Tu não vês que o meu desejo
é outro oceano que estua.
Por que me negas um beijo
diante do mar e da lua?
Meu amor! antes que partas,
externo-te os meus desejos:
fica com os versos e cartas,
porém devolve os meus beijos.
O mar é amoroso e ardente,
a lua é sentimental.
Diante deles, certamente,
um beijo assim não faz mal…
Neste dia, minha vida
é toda amor, gratidão.
Teu coração, mãe querida,
pulsa no meu coração.
Quando, num gesto mimoso,
– papai! – meu filhinho disse,
foi como um fiat radioso
que um mundo novo me abrisse.
No coração das crianças
Jesus entra de mansinho,
para espalhar esperanças,
para enchê-las de carinhos.
Eu quis escrever um verso
maior do que os versos meus,
até maior que o universo!
e escrevi um nome: Deus.
Amor de mãe! neste mundo
não há outro amor assim
tão belo, forte e profundo,
que amor de mãe não tem fim.
Amor de mãe! dos mistérios
com que nos cerca o Senhor
não há nenhum mais profundo
que o mistério deste amor.
Um grande amor é mais forte
que o bronze, o tempo, o poder.
Vence até a própria morte:
fica em saudade a viver.
Estás a sós no jardim,
sozinho me vejo aqui.
Suspiras… pensas em mim!
Faço versos. Penso em ti!
Esta torre de granito,
que para o alto se projeta,
é como um anseio de infinito
de minha alma de poeta.
No mundo, que o mal invade,
para onde a gente se vira
– vê, em prantos, a Verdade
e, gargalhando, a Mentira.
Quando o mistério da vida
julgo, afinal, entender,
percebo, de alma dorida,
que ainda não sei viver…
O velho mar soberano
chora a meus pés. Penso assim:
Meu coração é um oceano,
chorando dentro de mim…
A saudade que envenena
a vida (sei-o de cor)
é aquela feita de pena,
que é a saudade maior.